“Polícia longe faz falta; perto, incomoda”
Shana Castro
Uma rebelião é um processo político-militar em que um grupo de indivíduos decide acatar ordens ou a autoridade de um poder constituído. Para haver uma rebelião, é preciso que haja um poder contra o qual se rebelar, mas para isto deve haver um ideal e quando este não existe, a luta fica sem fundamentos, sem motivos, isto é, uma rebelião marginalizada. A Polícia Militar recebeu uma denúncia e flagrou três alunos da Universidade de São Paulo (USP), no estacionamento da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), fumando maconha dentro de um carro. Alguns universitários se rebelaram contra a PM, alegando que o ato era autoritário e fascista.
Alguns meses atrás, o estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, foi assassinado no estacionamento da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP. Paiva foi baleado na cabeça e faleceu, testemunhas contaram à polícia que, logo após sair da aula o aluno foi seguido por um homem até ser abordado na porta do carro, Felipe reagiu ao suposto assalto e o assassino sacou a arma e atirou. O criminoso fugiu sem levar nada. Após este assassinato a presença da polícia foi solicitada no campus da USP, alguns estudantes alegaram que se houvesse policiamento regular no local o crime poderia ser evitado.
Agora os estudantes querem que a polícia saia do campus, pois estão se sentindo reprimidos depois que os três alunos da FFLCH foram detidos por usarem drogas. A Polícia Militar fez seu papel em deter esses três viciados, pois usar drogas é crime. Muitos estudantes da USP têm condições financeiras e passam para faculdade pública pelo bom ensino que seu dinheiro pode pagar. Eles se revoltam contra traficantes, bandidos, assassinos, mas será que eles já pararam para refletir que eles bancam o crime organizado?! É muito fácil se rebelar contra o sistema, o difícil é fazer algo para mudá-lo!
Lamentável o que se viu nos noticiários: três PMs ficaram feridos no confronto e foram para o hospital, dois deles tiveram ferimentos na cabeça, provocados por pedras jogadas pelos estudantes. Cinco viaturas da corporação e uma da guarda civil foram depredadas pelos manifestantes. O cinegrafista da TV Bandeirantes, Milton Lara Carvalho, foi agredido e ficou ferido no rosto. Ele teve a moto derrubada e câmera danificada. “Estava filmando quando um dos estudantes me deu um tapa na cara”, contou Carvalho, que vai registrar boletim de ocorrência da agressão. Estudantes destruindo a faculdade e agindo como marginais, com as faces tampadas por panos e agredindo pessoas inocentes.
Como uma bela oportunidade política, políticos do PT foram para a USP assim que souberam da ocorrência. Um dos primeiros a chegar ao local e que acompanhou os estudantes a delegacia, foi o deputado federal Paulo Teixeira. Para ele, o episódio “foi um exagero de ambas as partes”. Ele declarou: “O uso de drogas na faculdade faz parte de um ritual de passagem”, disse à reportagem o deputado do PT. “A presença da PM junto aos estudantes é uma química que não dá certo e gerou esse problema hoje.”
Então concluo, esses são os futuros “cidadãos” do Brasil que lutam sem ideais. Mas há uma minoria de estudantes que são a favor do policiamento, pois não se sentem seguros no campus. “A PM perto incomoda, longe faz falta!”
Alguns vídeos do Youtube sobre as manifestações da USP: o primeiro é pedindo segurança pela violência no campus e os demais são da Rebelião contra o policiamento:
A música que traduz esse momento é Rebelião do Skank:
Créditos: Imagens da Galeria Google de Imagens
Créditos: Imagens da Galeria Google de Imagens
Vídeos do Youtube